sábado, 14 de maio de 2011

Biologia Acidental

Completamos 1000 acessos!

Obrigado pelo interesse e divulgação das informações que disponibilizo aqui no blog! Para comemorar, encontrei um texto (no mínimo interessante) sobre a parte mais escatológica da Biologia. É nojento mas divertido...

Biologia Acidental (Cabul)

Ploft era um cocô muito feliz, afinal de contas ele tinha sido gerado com muito amor, ele tinha nascido em uma segunda-feira depois de uma feijoada no sábado e um churrasco no domingo; apesar de sua simpatia, o parto de Ploft não tinha sido nada fácil, pois além da feijoada de sábado no almoço e o churrasco do almoço de domingo, tinha havido também o sarapatel de sexta-feira à noite e a rabada do jantar de sábado, assim, por pouco o parto de Ploft não teve que ser feito por cesariana e, se não fosse a grande quantidade de cerveja em sua placenta, Ploft teria que ter sido extraído à ferros.

Ploft tinha uma irmã gêmea chamada Áscaris. Embora eles fossem gêmeos univitelinos tinham temperamentos e personalidades completamente diferentes: Ploft era gordinho, lerdo e não tinha muitas amizades; já Áscaris era esbelta, ligeira e ardilosa, sua especialidade era sair de fininho. Embora eles tenham sido criados juntos, freqüentado juntos a mesma escola e tenham tido a mesma educação, devido à grande diferença de caráter, eles não se davam muito bem, mas, por alguma anomalia psicológica, Áscaris era extremamente dependente de Ploft.

Essa dependência de Áscaris por Ploft chegou mesmo às raias da obsessão e quando, na adolescência, Ploft conheceu    Salmonela, sua primeira namorada, Áscaris morreu de ciúmes e fez de tudo para “melar” o namoro. Salmonela era uma bactéria exuberante e muito assediada entre os bastonetes, porém tanto Áscaris fez que Salmonela acabou rompendo com Ploft.

Com o passar do tempo, Áscaris e Ploft foram se distanciando, Ploft crescera e era agora um parrudo tolete, Áscaris desaparecera misteriosamente, boatos diziam que ela havia sido presa e executada pelo Delegado Licor de Cacau Xavier que, naquela época, representava a ditadura que torturava e lotava as celas da Prisão de Ventre.

Ploft começou a andar em más companhias e acabou se envolvendo com a perigosa família Cocos que era a família mafiosa mais poderosa que havia naquela época. Estafilo Cocos, o chefe do clã, era um sujeito duro que costumava matar suas vítimas provocando-lhes complicações gastrointestinais. Durante muito tempo Ploft trabalhou como espião da família Cocos na região sul da cidade, sua jurisdição ia do bairro boêmio de Duodeno até o Terminal Rodoviário Esfíncter. Além de espionar, Ploft era o responsável por cobrar proteção das diverticulites e fiscalizar a atividade das hemorróidas no Terminal Rodoviário.

Depois de muito tempo soube-se que Áscaris, na verdade, não tinha morrido, após uma seção de tortura do Delegado Xavier que a supôs morta, ela fora jogada dentro do Rio Tietê e, em função disso, tinha conseguido sobreviver. Depois de ter sobrevivido milagrosamente, ela perambulara por aí, se envolvera com um celerado cigano e sofrera uma grande decepção amorosa, mas agora, Áscaris mudara de vida, se tornara discípula do Grande Mestre Oxiurus e era agora esotérica; estudava ocultismo, tarô e búzios, virara uma bruxa e seu grande sonho era se transformar em uma Solitária Naja.

Ploft, tivera uma sorte semelhante à de Áscaris, a terrível família Cocos, após perder a confiança em Ploft, dera-lhe descarga e atirara-lhe à sarjeta; desfalecido, Ploft fora salvo por uma enxurrada, depois de se recuperar, Ploft se submeteu a várias operações plásticas para não ser reconhecido pela família Cocos, ele então viajou e conheceu o mundo inteiro, passou por esgotos, conheceu estações de tratamento, visitou vasos sanitários e fez turismo em emissários submarinos; certa vez Ploft acabou em uma fábrica de adubos naturais, foi colocado em uma horta de produtos naturais onde não eram utilizados elementos químicos, foi absorvido pelos vegetais e finalmente retornou à sua forma original.

Ultimamente, Ploft tem sido visto constantemente na companhia de Pero Juan, um espermatozóide paraguaio que, segundo dizem, não faz mal a ninguém, porém, esta amizade repentina tem causado um tremendo ti-ti-ti no mundo da biologia e fomentado cada vez mais a pergunta que não quer calar: onde e em que circunstâncias eles teriam se conhecido? Será que o terminal rodoviário tem alguma coisa a ver com isso?

Este texto integra o Livro "Humor Crônico" - Editora T+8 - Rio de Janeiro - RJ - 2008
Publicado no site: O Melhor da Web em 12/02/2009

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